Produtores brasileiros que usam IA na música

Nos últimos anos, a tecnologia tem transformado a forma como consumimos e criamos música. No Brasil, um novo movimento vem ganhando força: os produtores brasileiros que usam IA em suas produções. Seja para acelerar processos técnicos, experimentar novas sonoridades ou até criar músicas inteiras com o auxílio de inteligência artificial, artistas e produtores estão moldando um futuro híbrido entre humano e máquina.

Neste artigo, vamos explorar quem são alguns desses profissionais, como utilizam a IA e quais são os impactos dessa tendência no cenário musical brasileiro.




João Brasil: a experiência de uma faixa 100% IA

Um dos nomes que mais chama atenção é João Brasil, conhecido por misturar funk, batidas eletrônicas e experimentações. Ele lançou a faixa Take Me to the Stars, feita inteiramente com IA.

Letra gerada no ChatGPT.

Melodia construída no gerador Splash Pro.

Vocais e instrumentos tratados com a plataforma Moises.

Masterização final com plugin de IA (Ozone).

Capa produzida com Midjourney.


João Brasil deixou claro que não basta aceitar o que a máquina entrega: ele editou, modulou e ajustou os resultados até chegar no produto final. Esse exemplo mostra como os produtores brasileiros que usam IA combinam experimentação com curadoria criativa.




Mulú: IA como apoio criativo e técnico

Outro destaque é o produtor Mulú, que já trabalhou com artistas como Duda Beat e Pabllo Vittar. Em entrevistas, ele afirma que a IA é parte de seu workflow, especialmente em tarefas como:

Separação de vozes e instrumentos em faixas.

Teste de ideias com simulações de vozes digitais.

Apoio em mixagem e masterização.


Para Mulú, a IA ainda não substitui o toque humano da criação musical, mas funciona como uma “caixa de ferramentas” que amplia possibilidades.




João Marcello Bôscoli: veterano explorando a tecnologia

Produtor veterano, João Marcello Bôscoli comenta que “sete em cada dez softwares que compra já têm algum componente de IA”. Seu foco está na restauração de gravações antigas e na limpeza de ruído de fundo com auxílio dessas ferramentas. Para ele, a tecnologia tem papel importante em preservar acervos e facilitar processos de produção, sem perder o valor da interpretação humana.




Felipe Vassão: IA no mercado musical

Conhecido por trabalhos com Emicida, Liniker e Pabllo Vittar, o produtor Felipe Vassão defende que a IA já está presente nos bastidores da indústria. Segundo ele, ferramentas baseadas em inteligência artificial ajudam a organizar e processar catálogos musicais, filtrando músicas por tom, BPM e outros critérios. Mais do que criar, a IA colabora para gestão e agilidade na produção musical.




Impactos da IA na música brasileira

A presença dos produtores brasileiros que usam IA levanta debates importantes:

Democratização da produção: artistas independentes ganham acesso a recursos que antes exigiam estúdios caros.

Novos gêneros musicais: a fusão entre humano e IA abre espaço para sonoridades inéditas.

Questões éticas: clonagem de vozes, direitos autorais e originalidade passam a ser temas centrais.

Reinvenção do papel do produtor: mais do que técnico, o produtor se torna curador, filtrando o que a IA gera.





Conclusão

A inteligência artificial já não é apenas uma tendência, mas uma realidade no estúdio de muitos artistas. Dos experimentos de João Brasil às práticas de Mulú, Bôscoli e Vassão, vemos um cenário em que os produtores brasileiros que usam IA estão expandindo as fronteiras da música.

O futuro aponta para uma convivência criativa entre homem e máquina — e quem souber equilibrar essas forças terá vantagem na construção da música do amanhã.




Referências externas

Gama Revista – IA na música pop

Billboard Brasil – IA como ferramenta criativa ou desafio

Exame – Moises apresenta AI Studio

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