Os protestos no Nepal contra a censura de redes sociais se tornaram um dos eventos políticos mais marcantes de 2025, revelando como a juventude digital, apelidada de Geração Z, pode se mobilizar em massa diante de ameaças à liberdade de expressão e contra governos corroídos pela corrupção.
O estopim: protestos contra a censura de redes sociais no Nepal
Em 4 de setembro de 2025, o governo do então primeiro-ministro K.P. Sharma Oli anunciou o bloqueio de 26 plataformas digitais, incluindo Facebook, YouTube, X (antigo Twitter), Instagram e WhatsApp. A justificativa era obrigar as big techs a se registrarem no país conforme uma nova lei.
Na prática, a decisão foi vista pela população como censura e autoritarismo. Em um país com mais de 70% da população jovem conectada, a medida acendeu o pavio da indignação.
Links externos úteis para contextualizar:
- Reuters – Nepal lifts social media ban after deadly protests
- AP News – Nepal Gen Z protests explained
Escalada da violência nos protestos
Os protestos começaram de forma pacífica em Kathmandu, com estudantes usando uniformes e mochilas como símbolos de luta. Hashtags como #NepoKids viralizaram, denunciando o privilégio dos filhos de políticos corruptos.
Mas, em poucos dias, a repressão policial e a presença do exército transformaram os atos em tragédia: prédios públicos foram incendiados, o Parlamento atacado e pelo menos 19 pessoas morreram em confrontos.
Esse episódio mostra como a luta por liberdade digital se conecta diretamente com temas estruturais como corrupção, desemprego juvenil e desigualdade social.
Consequências políticas dos protestos no Nepal contra a censura de redes sociais
No dia 9 de setembro de 2025, pressionado pelas ruas e pela crise internacional de imagem, o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli renunciou.
O governo ainda anunciou medidas como:
- Fim imediato do bloqueio às redes sociais.
- Investigação em 15 dias sobre as mortes nos protestos.
- Compensação financeira às famílias das vítimas e tratamento gratuito aos feridos.
Apesar das medidas, a juventude deixou claro que não busca apenas troca de lideranças, mas reformas estruturais que garantam transparência, oportunidades de emprego e uma democracia mais participativa.
Por que os protestos no Nepal contra a censura de redes sociais importam para o mundo?
O Nepal é apenas um retrato de uma tendência global: a defesa do espaço digital como extensão da liberdade civil.
Quando governos tentam controlar ou silenciar plataformas, enfrentam resistência imediata de uma geração conectada, que organiza protestos, cria narrativas e desafia elites políticas.
Essa mobilização serve de alerta para outros países: em tempos de hiperconexão, decisões governamentais que limitam a internet podem rapidamente se transformar em crises políticas de grandes proporções.
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